Poesias do Nordeste

Já está disponível por 18,00 reais meu segundo livro Poesias do Nordeste. Venha conferir.... Composto de 40 poemas, o segundo livro do cordelista do sertão Moisés Aboiador trás versos encantadores sobre diferentes temas do nordeste: a barragem de Jequitaí, represa de Sobradinho, sertão nordestino, norte de Minas, Vale do Peruaçu, e temas clássicos como cordel da amizade, cordel do professor, o repente, o cordelista, cabra do norte e muito mais. Livro imperdível para todos os amantes dos versos impressos em forma de um lindo livro. Vendas: https://livrariavicenza.com.br/produto/poesias-do-nordeste/?fbclid=IwAR0iEEsWiH0YriATWyFXKBJHqhrj6SwGe07V4Ce7efx2eS1NptyT-zYrZ6M Whatssap (11) 94521-3024/ (11) 94522-0459 #poesiasdonordeste #sertão #poemas #cordel #nordestebrasileiro

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Dia do Nordestino

 

 










Fonte: Google Imagens




No dia 08 de outubro o Brasil criou uma data

Do povo de indumentária de couro e precata

Esse povo humilde e trabalhador

Fruto da criação do nosso Senhor

 

Estou falando do povo nordestino

Motivo de minha inspiração desde menino

O Nordeste das mil faces do sertão

Dos cabras de chapéu de couro, perneira e gibão

 

Terra e reduto de sanfoneiro

Que cochila no apagar do candeeiro

Dos brejos e das palhas de coqueiro

Transformadas em vassouras de terreiro

 

Dos migrantes que levam  progresso para Sul

No horizonte distante de ser azul

Nordeste das mil faces dos cordéis

Simples versos escrito em folhas de papéis

 

Nordeste, terra do vaqueiro aboiador

Expressando seu sentimento de furor

Puxando o rabo do boi, derrubando - o no chão

Tradição que se tornou competição

 

Nordeste é a terra do sertão

De povo simples, humilde de coração

Onde tristeza vira superação

Distorcendo as faces desse rincão

Sertão é Nordeste

Onde o pensamento da gente se torna mais forte

Instinto  de um povo do norte

Onde a pele queima no calor quente

 

Inspiração do poeta que escreve esse repente

Do Norte Minas ao Maranhão

A cultura desbrava o sertão

Transformando-se em canção

 

Apagando os tempos de sequidão

Muita gente fala que nossa terra é sofrimento

Só aumenta meu contentamento

De ser Nordestino de coração




Autor: Moisés Aboiador 

Jequitaí

  


Fonte: Google Imagens


O poema Jequitaí faz menção a cidade do sertão nordestino onde nasceu Moisés Aboiador.




 A vida me faz refletir

O carinho que tenho por Jequitaí

Difícil esquecer o lugar onde nasci

E o pouco tempo que ali vivi

A Fazenda Pitombeira era o lugar

Que tanto insisto  em relatar

As intensas lutas e pelejas

De uma vida árida, sertaneja

Cortando a minha alma

É impossível sair

( 1 )

Só o tempo acalma

O meu passado ali

A vida foi uma sina

Uma realidade Nordestina

Um conto, uma estória

Que jamais me sai da memória

Deus me inspira a proceder

As coisas do Sertão escrever

Talvez seja ironia do destino

Na vida de um menino

( 2 )

Nascido no Sertão Nordestino

Que do seu seio resolve sair

Que na juventude foi franzino

Mais depois cresce, desaparece

Toca a vida a seguir

Jamais se enobrece

Do Sertão nunca esquece

A  cidade de Jequitaí

Jequitaí é como um torrão

Que meu deu inspiração

( 3 )

Mesmo distante daqui

Á descrever as coisas do Sertão

Partindo daqui ao estado do Maranhão

Entoando vidas áridas

Que se torna Semi - Árida

Contornando o destino

Do poeta Nordestino

Nascido nas caatingas

Da Fazenda Pitombeira

Vivendo a chuva que respinga

( 4 )

Nas cabeceiras do Córrego Grande

Onde a natureza se expande

E só se encerra

Quando deixo meu pé de serra

Mas insiste em viver em meu coração

Pois o retrato da sequidão

Só tem me dado inspiração

Em descrever o Sertão

A minha saída

Não foi uma triste partida

( 5 )

Entoando pelejas e lidas

Da caatinga retorcida

E faz o matuto jamais esquecer

O Sertão que o viu nascer

No meio dos carrascais

Vivendo os anais

Dos grandes tabuleiros

De grossos juazeiros

Os seus lindos pés de umbuzeiros

A história ainda emana

( 6 )

Um centenário pé de imburana

Contrastando as ribanceiras

Das mais lindas pitombeiras

Retratando o Sertão do São Francisco

Um emlemático pé de angico

No  meio da vegetação agressiva

Ainda forte e viva

Com enormes mandacarus

Servindo de pousada de anus

E passagem de urubus

( 7 )

A vegetação se contrasta

No meio de Jequitaí

É beleza que resgata

Com seu modo de agir

A essência morta

Trazendo a cultura de volta

Pra dentro do Sertão

Pois cultura só tem construção

Quando o espaço é lembrando

Na sua origem respeitado

( 8 )

Em meio à vegetação agressiva

A lembrança é cada vez mais viva

Misturando cabeças-de-frade

No meio dos xique-xiques

Mostrando a realidade

Que essa natureza fique

Junto com as palmas

Entoando as noites  calmas

Das quebradas do Sertão

Que traça a vegetação

( 9 )

Com seus cipós e cansanção

Mourões e baraúnas

Percorre até as dunas

Que estão distantes daqui

E da cidade de Jequitaí

Não existe mais o auto-retrato

Do Vaqueiro pegando boi no mato

Nem aboiando no pé da serra

Entoando o Criador dessa Terra

Desafiando a caatinga

( 10 )

Entrando na mata fechada

 E entortando uma ginga

É o destino do cabra

Que pega novilha braba

Se mete no espinheiro

Com seu cavalo é ligeiro

Veste todo aparato

Calça, guarda peito, perneira e gibão

Pra se livrar de unha-de-gato

É um ser humano simples

( 11 )

Um verdadeiro campeão

Atendendo os requintes

Dos perigos do Sertão

Minha origem em Jequitai

Me faz ao mesmo tempo

Está aqui

E em todo lugar

É como o entoar do vento

Que faz as coisas se espalhar

Isto nos dá uma menção

( 12 )

Que o Sertão é um só lugar

Quando menciono Jequitaí

Menciono o Sertão inteiro

Pois não existe Sertão

Sem falar de tabuleiro,

Forró, xote, baião

Tocado pelo sanfoneiro

Que na presença de um candeeiro

Encanta o mundo inteiro

Pois foi assim que vivi

( 13 )

Na cidade de Jequitaí

Lembranças de um pai sanfoneiro

Virando cordel em luzeiro

Se for falar do meu pé de serra

Faço cordel o dia inteiro

Sobre a boa lembrança

Que minha mente alcança

Jequitaí é a essência do Sertão

Pois defendo a tradição

Que é o berço de nossa cultura

( 14 )

Sinônimo de bravura

Do povo sertanejo

Que nesse ato de festejo

Desafora

Percorrendo mundo afora   

Foi em Jequitaí que vivi “Vidas Secas”

No Nordeste de percas

Que o saudoso Graciliano Ramos

Cansou de escrever

O cenário dos danos

( 15 )

Da seca a proceder

Filho de pais primos

No Sertão afligimos

Com notícia, a saber, 

Como uma família de 15 filhos

10 veio a morrer

A vida segue os trilhos

No universo a proceder

A vida nos ensina e compõe

A vivermos sem pai e mãe

( 16 )

E traçarmos nosso destino

Como um Vaqueiro Nordestino

Saindo  pelo mundo

Vivendo o universo profundo

Das regras do bom viver

Procurando a melhor forma

Que o universo entorna

Na forma de proceder

Só Deus sabe dizer

Pois se tratando de entendimento

( 17 )

ELE dá o verdadeiro conhecimento

No Sertão sem precedentes

Homens sobrevivem à secas tangentes

Que me diga nas bandas do Jequitaí

No Sertão onde vivi

Década de 70

Famílias com filhos à penca

Sustentando a vida na roça

Preservando sua palhoça

Vidas Secas

( 18 )

É ter que conviver com a seca

E saber anos depois

Que  uma vida simples a dois

Teve um final trágico

O mundo não é mágico

Quando falta o feijão e o arroz

Eram meados dos anos 70

Agente até esquece, tenta

Falando das  secas tangentes

Matando animais e gente

( 19 )

A vida não me engana

Saber que a minha irmã mais velha

Nem completou um ano de idade

Sepultada embaixo  duma imburana

Da antiga casa velha

Era pura realidade

Das secas e doenças

Que atiçavam as diferenças

Assolando a sociedade

No Sertão Nordestino

( 20 )

Mas, a vida reconstrói e dá destino

Pois nasci muito franzino

Como um bebê prematuro

Sem o leito seguro

Retratando a sina daqui

Das bandas do Jequitaí

O povo e a medicina

Já me dava como morto

Minha mãe até hoje me fascina

Nunca me deu muito conforto

( 21 )

Mais enquanto viveu

Com sabedoria procedeu

Falo nesses versos meus

Que pediu auxílio a Deus

Pela ironia do destino

Fui curado pelo poder divino

Olho para cidade de Jequitaí

Vejo tudo diferente

Daquilo que vivi

Totalmente indiferente

( 22 )

Da realidade que nasceu aqui

Quando falava do progresso brilhante

Das lavras de diamantes

Era o ciclo do ouro

De um tempo vindouro

Da história do Brasil

Onde o Brasil inteiro viu

O bandeirantismo, coronelismo

Banditismo e cangaceirismo

Que só aumenta o neologismo

( 23 )

E a quantidade de ismos

Na cultura do Nordeste Brasileiro

Como as histórias de cangaceiro

Um famoso bandoleiro

Minha origem em Jequitaí

Me fez viver e aprender

Que minha escola é o Sertão

Foi pela maneira de ser

Que o peguei como lição

Ele é meu aprendizado

( 24 )

Nesse cordel destacado

Ele me ensina ser ligeiro

Tendo visão do mundo inteiro

É dando  um sinal

Que a literatura de cordel é universal

Foi em Jequitaí que ouvi histórias

Pelejas e glórias

Das perdas e vitórias

Do Sertão Bandoleiro

De jagunços e cangaceiros

( 25 )

Com a vida totalmente corrompida

Por ter a família perseguida

Devido aos desmandos da vida

Ao qual rebato nesse cordel

A audácia de um coronel

Jequitaí é onde o coronelismo impera

Onde a comunidade se intera

Na luta pela terra

 Sem causar pé de guerra

A quem diga os Trabalhadores Sem Terra

( 26 )

Jequitaí dos trechos de passagem

Dando lugar a uma Barragem

Espero que não haja camaradagem

Muitos menos malandragem

Pois sou nascido no Sertão

Odeio corrupção

Detesto obstrução

Em benefício dos mais fortes

Prejudicando os mais fracos

Nesse cordel que faço

( 27 )

Defendendo o matuto do norte

Antes de tudo

O sertanejo é um forte

Já tem o tipo raçudo

Pra enfrentar bicho grande

Na caatinga se expande

Como se fosse um rato

Sai na mata correndo

Pegando boi no mato

Quase escurecendo

( 28 )

Isto me faz pensar em Jequitaí

Preservando os costumes daqui

Que na cultura associamos

E destacamos a cultura do Sertão

Juntando feira com Sarau

Tem manifestação cultural

Onde a cultura não faz acepção

Muito menos envolve religião

Só integra as pessoas

Promovendo coisas boas

( 29 )

Valorizando a educação

Escrevo sobre Jequitaí

Como uma forma de resgatar

A cultura do lugar

Do Sertão onde nasci

Cultura que ultrapassa as festas

Envolve o comportamento do cidadão

Traçando  em linhas retas

A liberdade de expressão

De  opiniões concretas

( 30 )

Sem fazer abstração

Esse cordel termina aqui

E tem sua titulação

Por nome Jequitaí

Descrevendo o Sertão

Muito além daqui

Escolhi esse título

Produzindo cordel escrito

Para simplesmente dizer

Que o lugar que me viu nascer

( 31 )

É motivo e inspiração

Pra descrever as coisas do Sertão

Seja aqui, seja em qualquer lugar

Seja a velha infância

Perdida nos tempos de criança

O Sertão ainda é algo a encantar

Com os contos históricos

Contados por um poeta

Só deixa de ser melancólico

Quando ele atinge a sua meta

 ( 32 )



Autor: Moisés Aboiador

Antônio Dó: O Cangaceiro dos Gerais

  

        Fonte: Cariri Cangaço



Por Moisés Pereira Sanguinette


Várzea da Palma-MG 26 de Setembro 2020



        Antônio Antunes de França (Antônio Dó), foi um dos bandoleiros mais conhecidos do Vale do São Francisco. Existem inúmeras faces sobre a vida desse cangaceiro, natural de Pilão Arcado-BA, que viveu entre os séculos XIX e XIX, sua família deixou o sertão baiano rumo a São Francisco - MG, o que fez esse personagem bastante conhecido nos sertões de Minas e Bahia, recebendo a alcunha de 'Cangaceiro dos Gerais'. Os 'Gerais' é um território que corta os Sertões Baiano e Mineiro, retratado no conto 'O Grande Sertão Veredas' de Guimarães Rosa, no qual o bandido Dó retratado em ficção. A história de Antônio Dó desperta bastante curiosidade pelos locais por onde bandoleiro passou. Antônio Dó era de origem humilde, um motivo dele ter passado uma infância pobre pelos sertões da Bahia. A sua família migrou pro Norte de Minas pelas margens do Velho Chico, torando sitiantes na região San-franciscana de Minas Gerais. No Sertão Mineiro, sua família acumulou uma série de atritos com vizinhos e autoridades locais. A Situação se agravou no ano de 1909, quando mataram o seu irmão Honório Antunes de França, a queixa de Dó estava no descaso das autoridades locais, por não tomar providencias diante do assassinato do irmão, restando a ele fazer as honrarias de sua morte. De certo que os maiores inimigos de Antônio Dó eram o sitiante Chico Peba e as autoridades que o perseguiram em toda sua vida, a Força Pública, naquela época chamada de Volantes ou 'Macacos' abriram o cerco sobre o bandoleiro pelos Sertões de Minas, Bahia e parte de Goiás. Foi dentro da Força Púbica que Antônio Dó fez o seu maior inimigo, o Alferes Felix Rodriguês (O Felão), tenente da Volante Mineira, que por coincidência era baiano. Antônio Dó e Felão travaram uma batalha pelos Sertões do São Francisco. O tenente queria sua captura a qualquer custo, o bandoleiro era tido como um troféu pelos Sertões. Em meados do século XX, autoridades da cidade de São Francisco deram vós de prisão ao bandoleiro, que recusando a prisão, foi amarrado e acoitado em um pé de Juazeiro em frente a Cadeia Pública do Município de São Francisco-MG. Antônio Dó virou personagem dos municípios de Pilão Arcado-BA, Chapada Gaúcha-MG, São Francisco-MG e pelos locais por onde passou. Fugindo das autoridades, seu bando se escondia na Serra das Araras (Chapada Gaúcha-MG) e no povoado de Vargem Bonita (São Francisco-MG). Era tido como protegido da comunidade local, a sua veneração culminou em um dos maiores massacres já registrado no Sertão Mineiro, o Massacre de Vargem Bonita, onde mais de 70 pessoas foram mortas pelas forças do tenente Felão, por não entregar o lugar que Antônio Dó estava escondido. A história aponta que o jagunço foi traído dentro do próprio bando, suspeitando que Dó possuía muito ouro e diamantes, um de seus cangaceiros o matou a traição a golpes de mão de pilão, pondo fim a saga do Cangaceiro dos Gerais. Antônio Dó morreu em 1929, embora há muitos relatos sobre a sua vida, sua história ainda se encontra escondida pelos Sertões dos Gerais.


Rei Herodes


    Fonte: Google Imagens


O reinado do rei Herodes

Constituído fora do moldes

E das leis do Criador

Cheio de maldade e horror

Totalmente confundido

Ameaçou de morte o recém – nascido

Nosso Senhor Jesus Cristo

Que vencerá o anticristo

Diante de situações incertas

Perseguiu muitos profetas

Pertencente aos hebreus

E constituídos por Deus

No interesse da cobiça

Perseguiu João Batista

Aos olhos do Criador

Aprovou a crucificação do Senhor

Como descarte de lixo

Morreu comido de bicho



Moisés Aboiador 

De Pirapora a Petrolina

 Pirapora-MG                                           Petrolina-PE

 

 Fonte: Google Imagens




Assim é o enredo nordestino

Eu gosto de Juazeiro,

Mais adoro Petrolina

Nessa sina sem destino

Nesse Sertão Brasileiro

Que começa em Pirapora

E termina em Petrolina

( 1 )

Quem presta gentileza

É o São Francisco

Rio de imensa beleza

Onde o linguajar sertanejo

Chama de Velho Chico

Atendendo o desejo

Do Sertão navegável

( 2 )

Sertão das grandes embarcações

Que diante das ocasiões

Torna o tempo implacável

No Sertão do São Francisco

Que se perde no manuscrito

Nos registros e fotografias

Que descreve o Sertão das noites frias

( 3 )

Regidas pelo vapor Saldanha Marinho

Quebrando a lei do retrocesso

Trançando um longo caminho

Rumo ao progresso

Do progresso conjunto

No português compete adjunto

Para descrever o vapor Benjamin Guimarães

( 4 )

Que navegou os sertões

Conduzindo filhos, pais e mães

Junto com suas escolhas e decisões

Rumo ao Sul do país

Benjamin Guimarães e Saldanha Marinho

Na terra do chafariz

Onde o homem traça seu próprio caminho

( 5 )

São mais que duas embarcações

É como um vôo troncho do anu

Onde as grandes migrações

Trouxe progresso para o Sul

Lembranças de uma época retórica

Que nesse cordel eu aplico

O desenvolvimento da cidade Pirapora

( 6 )

O Porto do São Francisco

E desenvolvo essa rima

Da Cultura Popular Nordestina

Dos vapores do forró pé de serra

Que nunca desatina

A navegação só encerra

Quando chega a Petrolina

( 7 )


Autor: Moisés Aboiador

Lançamento

Poesias do Nordeste

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