O Bandoleiro


Fonte: Cariri Cangaço


Temido é o bandoleiro

Que no Sertão faceiro

Tem pinta de justiceiro

Desfilando de cangaceiro

No Nordeste Brasileiro

( 1 )

Foi protegido por coitero

Pelo seu ato desordeiro

Aqui faço apresentação

De um sujeito treteiro

Que adorava uma confusão

( 2 )

Era o cabra de Lampião

Que diante da ocasião

Botava fogo no Sertão

Provocando as volantes

E todo Estado Nação

( 3 )

Das nascentes e jusantes

Do Vale do São Francisco

Seu nome era fuxico

Na boca da população

De herói a bandido

( 4 )

Neste espaço concedido

Gerou revolução

Totalmente revoltado

Com o peito magoado

Pelos desmandos no Sertão

( 5 )

Lampião foi fazer justiça

Pelo fato que atiça

E destrói o coração

No ato de proceder

Fez justiça com as próprias mãos

( 6 )

Pois viu sua família morrer

Não suportou a solidão

De viver sem seu pai

No universo que atrai

O mundo da perdição

( 7 )

Também perdeu sua mãe

No mundo de insatisfação

Que a vida propõe

Seu nome era Virgulino

No mundo sem desatino

( 8 )

Pós  Antônio Silvino

Percorreu o Sertão Nordestino

Do bordel ao cortiço

Na companhia de Corisco

Do seu compadre Antônio

( 9 )

Que com seu jogo de cintura

Agia na cara dura

Nunca foi um anônimo

Juntou-se com João Mariano

Cangaceiro alagoano

( 10 )

Que no ato da patente

Era um cangaceiro experiente

Lampião no tocar da imensidão

Percorreu o Sertão

Combateu com as volantes

( 11 )

Fez a volante de Pernambuco

De milho a sabuco

Atravessou o São Francisco

Em um sol escaldante

Foi parar nas bandas da Bahia

( 12 )

Numa noite de apartação

E de imensa alegria

Diante dessa ocasião

Na mesma sintonia

Ali conheceu Maria

( 13 )

Para o povo Maria D’Dea

Diante da situação Lampião tomou as rédeas

Á chamou de Maria Bonita

Nem a autoridade Jesuíta

Daquela localidade

( 14 )

Nem o governante da cidade

Puniu com autoridade

Os atos em realidade

Da audácia deste cangaceiro

Autêntico bandoleiro

( 15 )

Que no ato ordeiro

Bancou de desordeiro

Roubou  Maria Bonita

Como um cangaceiro que agita

Com atos que arrepia

( 16 )

Botando terror no estado da Bahia

Lampião percorreu o Sertão

Atiçou uma revolução

Carregando todo mundo

Para um combate profundo

( 17 )

Nem precisou fazer fretes

Sobrou ate para Coluna Prestes

Reuniu seus cangaceiros

Atravessou os tabuleiros

Diante daquela cena

( 18 )

Tinha Maria Bonita e Sussena

No cangaço que cortou o plano

Do Sertão Sergipano

Com o famoso Hobbin Hood do Sertão

Amado e odiado pela nação

( 19 )

Que no tocar dos conflitos

Foi morto em Angicos

Também há de se discordar

A quem diga que esse não foi o lugar

No ato de improvisar

( 20 )

É preciso apresentar

Nunca deixar de frisar

Neste cordel a destacar

Que há muitos fatos a relatar

As incógnitas pairam pelo ar

( 21)

Pois é preciso provar

A verdade sem refutação

Dos desdobramentos de Lampião                

Sem provocar discussão

Lampião foi um bandido ou não?

          ( 22 ) 


 Autor: Moisés Aboiador




              


A

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lançamento

Poesias do Nordeste

Já está disponível por 18,00 reais meu segundo livro Poesias do Nordeste. Venha conferir.... Composto de 40 poemas, o segundo livro d...