Fonte: Cangaço em Foco
Pelas
bandas do Ceará
Uma
história vou contar
Esse
estava dividido
Naqueles
Sertões sofridos
Da
região do Cariri
Acontecendo
ali
Tamanha
revolução
Diante
daquela sequidão
Um
padre fez oposição
A
supremacia do governador
( 1
)
Sem
temer o peso da dor
Procurando
os serviços do Capitão
Um
tal Virgulino Lampião
Que
naquela altura
Agia
na cara dura
Como
governador do Sertão
Ganhando
condecoração
E
patente de Cangaceiro
Defensor
do Padre Cícero Romão
Que
de beato
( 2
)
Eu
relato
Não
tinha muita coisa não
Pois os interesses políticos
Estava acima da religião
E aqui eu me arrisco
Na situação de risco
Que vivia o Sertão
Privilégios no Estado
Enquanto o povo danado
Morria na sequidão
( 3 )
No X da questão
Justiça surge das próprias mãos
Por homens corajosos
De família morta por poderosos
Mas, a falta de ordem
Era concordar com a desordem
E os roubos no Cangaço
Essa crítica eu faço
Ao Padre do Juazeiro do Norte
Á quem o idolatram após a morte
( 4 )
Não é ironia do destino
É falta de conhecimento do Nordestino
Por não compreender a história
Tem a pobre memória
De não saber o certo
Os erros encobertos
Do Cangaceiro Lampião
E do bando seu
Que distante de Deus
Preferiu servir o “cão”
( 5 )
Um sujeito desse jeito
Com todo respeito
Não merece adoração
Pois não passa de um mortal
Que bancou de radical
Nas quebradas do Sertão
Pois do presente ao passado
Só um Ser que é adorado
Entre o bem e o mal
Só Deus Pai Celestial
( 6 )
Cabe toda adoração
Seja aqui no Sertão
Ou em outro lugar
Não adore o Padre do Ceará
Muito menos Lampião
Quando Jesus voltar
Vai saber da decisão
Pois Deus vai nos julgar
E também te condenar
Sem ter a salvação
( 7 )
Autor: Moisés Aboiador
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