O umbuzeiro

 

 Fonte: Google Imagens 





Viva o umbuzeiro

Que encanta o desfiladeiro

Das quebradas do sertão

Distorce a contramão

( 1 )

Do mundo globalizado

Pelo homem implantado

Umbuzeiro, essência florida

Da Caatinga retorcida

( 2 )

Dele não se paga tributo

Produz o seu fruto

Na estação própria

Não há reação imprópria

( 3 )

Que preza tamanha estranheza

A reação da natureza

Deus foi generoso

No seu ato milagroso

( 4 )

Criou o símbolo do sertão

Florescendo a estação

No sertão da esperança

Regrado á bonança

( 5 )

Onde simplicidade e humildade

 Preza caráter e identidade

Do homem com seu espaço

Nos contos da poesia, no cordel faço

( 6 )

As honrarias do lugar

Atendendo o desejo

De um simples sertanejo

Que ver no umbuzeiro

( 7 )

O retrato do tabuleiro

Símbolo dianteiro

Do Nordeste Brasileiro

Umbu, fruto comestível

( 8 )

No sertão é acessível

A toda população

Alimento principal

Do reino animal

( 9 )

Frutos e folhas no desfiladeiro

Alimentando boi marrueiro

Que na sua sombra faz morada

O sertão é camarada

( 10 )

Desse bicho resistente

De vigor consistente

O universo é convivente

Mas também é condizente

( 11 )

Carece aqui dizer

Com meus versos proceder

Não há efeito colateral

Diante ao descaso do reino animal

( 12 )

Assim como sentimento de gente

Que na Terra faz presente

Não é arrependimento

Dizer que, um boi tem sentimento

( 13 )

Sentimento tão irradiante

Parece diamante lapidado

No seu processo delicado

Só é bem domado

( 14 )

Quando o domador é educado

As belezas naturais

Culminando em manifestações culturais

Neste sertão de reduto

( 15 )

Onde poesia não é tributo

Que se paga no governo

Simplesmente atende o desejo

De um coração sertanejo

( 16 )

Onde o regime democrático é enfermo

A fisionomia de uma árvore

Mesmo que apavore

E espante as pessoas

( 17 )

São frases promissoras

Na construção de uma poesia

Atendendo a sintonia

Na criação de um repente

( 18 )

Nesse fato coincidente

Até um umbuzeiro

É insistente

Na divulgação da literatura

( 19 )

Em poesia pura

Não há quem desfrute

E deleite

Uma umbuzada ao leite

( 20 )

Caso contrário, use de enfeite

Prestando gentileza

De coloca- ló na mesa

Não carece visitação

( 21 )

Diante da ocasião

Tem festa de apartação

O umbuzeiro assiste o cenário

Costumes do sertão libertário

( 22 )

Promovendo noites enluaradas

Com suas vaquejadas

O gibão é aparato

Das pegas de boi no mato

( 23 )

Na luz do candeeiro

O sertão é forrozeiro

Como menino mexeriqueiro

Do Nordeste Brasileiro

( 24 )

No ato faceiro

Banca de arteiro

Na criação desse cordel inteiro

Onde o artista é o pé de umbuzeiro

( 25 )


Autor: Moisés Aboiador 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lançamento

Poesias do Nordeste

Já está disponível por 18,00 reais meu segundo livro Poesias do Nordeste. Venha conferir.... Composto de 40 poemas, o segundo livro d...